"Eu odeio que encostem o
cotovelo, a bunda ou uma cerveja molhada em mim enquanto eu tento encontrar um
espaço para dançar. Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um
desconhecido indesejado.
(...)Odeio homens que olham para bundas como se admirassem
uma carne pendurada no açougue e odeio mais ainda quando fazem bico e aquele
sim com a cabeça, tipo "concordo com o mundo que ela é muito
gostosa". E se ele fizer aquela chupada pra dentro do tipo "hmmmmm
delícia" já é algo que ultrapassa os limites do meu ódio.
(...)Odeio mau hálito e mais ainda o fato de que
justamente as pessoas podres são aquelas que falam mais baixo e nos obrigam a
ter que chegar perto. Eu odeio machismo, submissão e mais do que tudo isso ter
que ser forte o tempo todo e não ter um ombro másculo para chorar até minha
última gota desamparada.
(...)Odeio pessoas muito oleosas, muito peludas, muito
suadas e acima de tudo meninas que cheiram a lavandas e gostam de adesivos de
ursinho.
(...)Odeio quem comemora porque passou numa faculdade
que meu primo de 8 anos passaria e quem diz "peguei a mina".
(...)Odeio os Estados Unidos mas odeio muito mais o fato
de a gente ter sangue europeu mas ficar imitando esses estúpidos, que também
têm sangue europeu mas são estúpidos por herança criada. Odeio a frase "eu
vou no super, comprar umas cervas para o churras"."
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